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sábado, 5 de março de 2011

O CARRO



Segundo a tradição o Carro está associado ao Sol na sua corrida no céu. É o carro de Apolo, Deus do Sol. É também o carro de Ezequiel, o Merkabah, tantas vezes comentado pelos cabalistas. Em todas as religiões antigas encontramos um Carro celeste que avança depressa e que ultrapassa todos os obstáculos.
A atrelagem simboliza os sentidos, as necessidades e as paixões do Homem, a sua natureza física. O cocheiro é o espírito, a natureza espiritual do Homem.
No budismo zen, o carro do boi branco é o veículo do Buda. Na China antiga, o carro era o instrumento que servia para mostrar a habilidade e a virtude dos príncipes e a sua aptidão para reinar. No Ring-Veda o mestre do carro é Agni, ou Prana, o “sopro que anima”. É o Logos, princípio criador, que percorre o Universo. A tradição Védica refere-se a ele como se tratando do veículo da alma durante o período de uma encarnação.
O Carro está associado à sétima Sefira Netsah (o triunfo, a vitória) e a letra zayn do alfabeto hebraico; a arma que consegue a vitória (o seu desenho representa uma flecha).
O Carro é também associado à constelação da Ursa Maior constituída por 7 estrelas. Os Romanos designavam-nas por “7 bois” ou septem triones, que derivou para “setentrião”, o norte da esfera terrestre.
O Carro tem o número 7, número do Universo, constituído pela soma entre o número do céu, o 3 e o número da Terra, o 4.
Antes do cristianismo, o numero 7 era considerado como a manifestação da ordem cósmica. Os egípcios eram submetidos a um ritmo septenário, símbolo da vida eterna com o 7 a significar tanto a morte como a ressurreição.
O 7 é o número chave do mundo material. Nos dados de jogar, a soma dos dois números gravados nas faces opostas é sempre igual a 7.
O número 7 é o número do Carro, símbolo da vida eterna para os egípcios, não só é um número primo, como também, é o número sem múltiplos nem divisores (exceto o 1, claro) na primeira dezena, por isso simboliza pureza, subtileza e essência.
Sendo sete as cores do arco-íris e as notas da escala musical diatónica, podemos considerá-lo como um regulador das vibrações. Culmina um ciclo e abre uma renovação criativa. É também o número dos dias da semana, dos planetas individuais (Úrano, Neptuno e Plutão são transpessoais) e dos metais principais. Os quatro períodos do ciclo lunar são também de 7 dias.
O 7 é um agregado do 3, que em muitas tradições é o número do Espírito Santo, com o 4, que é o da matéria. Abrangendo os dois mundos, é considerado símbolo da totalidade do Universo em transformação.
De pé num carro triunfal, que lembra o dos imperadores romanos, o Mago, que se tornou o Enamorado da carta precedente (ver aqui) envelheceu e optou finalmente pelo seu caminho. Tendo aprendido a conhecer-se, avança puxado por dois cavalos: um deles vermelho – a ação, o outro azul – o espírito. O Carro que transporta as almas em evolução, é cor de carne e representa o veículo intermediário entre o Céu e a Terra.
Na dianteira do Carro, na maioria dos tarots, podem distinguir-se as letras S e M, sinais de realeza que também podem designar o enxofre e o Mercúrio, elementos da Grande Obra.
O condutor mantém-se no eixo diagonal das quatro colunas, representando os quatro elementos, que domina sem qualquer problema.
As duas mulheres que faziam hesitar o Enamorado (ver aqui) desapareceram; foram substituídas pelas duas luas que o condutor do Carro em memória do passado, transporta nos seus ombros. Finalmente, resolveu todos os seus conflitos, estabeleceu o equilíbrio perfeito da dualidade do corpo e do espírito, reuniu as oposições. Está calmo, sereno, seguro de si. Tendo encontrado a sua via, avança triunfalmente. A sua coroa de ouro mostra que reina sobre o mundo físico, intelectual e espiritual, tal como o confirma o seu corpo.
Depois do Papa, (ver aqui) que traz uma mensagem de paz aos Homens e tal como Cristo fez ao encarnar em Jesus, o condutor do Carro apresenta um outro aspeto de Cristo, que também disse: ”Não vim trazer a paz, mas sim a guerra.” A guerra é a luta que o Homem trava contra si próprio.
A sua roupa é vermelha e, por conseguinte, ele age, mas a sua couraça azul protege-o: o espírito triunfa sobre a matéria. De qualquer modo, as rodas do carro avançam nesta matéria, visto que são cor de carne; mais tarde, transformar-se-ão na Roda da Fortuna.
O carro que avança obriga o Enamorado a sair da sua reflexão para apreender o que o rodeia e para dirigir o seu progresso na direção dos mais altos cumes. Representa a tomada de consciência do Homem, que, pouco a pouco, descobre o sentido das coisas e se dirige aos outros, no sentido dos tentar compreender e de se identificar com eles. Percorre o mundo para aprender o seu sentido e finalidade.
Trata-se de uma carta de triunfo, de sucesso, de boa saúde. É a ação pessoal situada no espaço e no tempo. Indica viagens favoráveis à ação, tanto no domínio material como no plano espiritual ou sentimental. Representa a evolução inteligente, a perseverança, a evasão, o sucesso, o progresso, o avanço e a diplomacia. Simboliza o êxito, fruto do equilíbrio entre as forças físicas ou espirituais.
A atribuição astrológica atribuída ao Carro é Câncer. É um signo de água, cardinal e considerado o mais sensível do zodíaco. Os nativos deste signo, como o caranguejo, vestem-se com uma casca protetora para esconder a sua vulnerabilidade. São imaginativos e temperamentais e perdem notavelmente a sua autoconfiança em ambientes hostis, chegando a imaginar críticas e ataques inexistentes.
Naturalmente tímidos, também não gostam de solidão e têm uma forte tendência a viver por meio dos outros. São governados pela Lua, daí a sua sensibilidade, as suas emoções intensas e o apego às suas origens, ao lar materno, à sua mãe e ao passado. Adoram o mar.
O seu verbo é “eu sinto”, a sua missão é contribuir para o bem-estar da comunidade e para o progresso do ser humano.


(Texto escrito no novo acordo ortográfico)

segunda-feira, 26 de julho de 2010

O ENAMORADO




O Arcano VI do Tarot, chamado O Enamorado, ou Os Amantes, representa um jovem hesitando entre duas mulheres. Uma delas é jovem, loura e sorridente; usa um vestido azul que lhe transmite doçura, espiritualidade, amor puro e platónico. No entanto, O Enamorado olha com interesse para a mulher vestida de vermelho, mais velha, menos bela mas mais activa e energética. Ela agarra-o pelo ombro como se o puxasse para si.
O jovem é O Mago, cujo chapéu desapareceu e que se encontra agora na encruzilhada do seu destino, com cada pé virado para uma direcção oposta, sinal da fase de conflito que atravessa.
O Enamorado hesita entre o vício, que lhe faz entrever uma vida fácil, e a virtude, que não lhe esconde a luta que terá de empreender corajosamente no difícil caminho da via espiritual, mais longa e mais árdua, mas autêntica e duradoura. Não passando de um fraco mortal que tem dificuldade em resistir à tentação, hesita. É necessário ter conhecido a tentação para compreender melhor aqueles que perdem o equilíbrio nesta via, oferecendo-lhes uma mão caridosa.
Qualquer Homem, em determinada ocasião, se irá confrontar com uma encruzilhada, hesitando muitas vezes entre o caminho que deve percorrer e a facilidade que lhe poderá ser oferecida.
O Sol branco, indício de pureza, distribui através dos seus raios coloridos as energias que guiarão e ajudarão O Enamorado na escolha do seu destino. Ele tem os pés descalços, a fim de melhor captar as forças telúricas. Cúpido, que representa o amor humano, aponta para O Enamorado, a flecha do seu arco. Esta flecha encontra-se carregada com a afectividade, que levará O Enamorado a escolher uma ou outra das duas mulheres, ou uma das duas vias que lhe são oferecidas. Continuará ele a sua difícil subida no caminho da iniciação ou deixar-se-á levar pela facilidade e pela doçura, correndo o risco de descer o caminho já percorrido e voltar ao ponto de partida?
Com esta lâmina entramos no mundo consciente. Pode ser interpretada em dois níveis; o da afectividade e o da experiência. Incita ao auto-conhecimento e à síntese construtiva após a tomada de uma opção. Esta carta levanta o problema do determinismo e do livre-arbítrio, bem como o da ambivalência e o da irresolução provocada pela falta de experiência.
O Enamorado corresponde ao número 6. Este número tem uma enorme quantidade de símbolos. Tentarei descrever alguns: tradicionalmente o 6 é o número da perfeição e do equilíbrio. Antigamente o 6 era consagrado a Vénus Afrodite, deusa do amor físico. Não podemos esquecer que a raiz latina do 6 é sex, que significa “sexo”. Se o sexo é a união carnal entre o macho e a fêmea, o 6 é a união entre o masculino e o feminino Universal.
Equivale também à estrela de 6 pontas formada por 2 triângulos. Aquele que possui a ponta para cima representa a trindade divina, o outro, com a ponta para baixo, representa o mundo material. O Homem deve reunir o seu corpo terrestre e material ao seu eu divino. Se reunirmos estes dois triângulos obtemos a estrela de 6 pontas que representa o coração do Homem. Esta estrela é também o Selo de Salomão, rei sábio e justo que edificou o seu templo sobre os seis níveis e cujo trono tinha seis degraus.





Gémeos é o signo do Zodíaco atribuído a este Arcano. É um signo de Ar, mutável e governado por Mercúrio. É o símbolo geral da dualidade, expressão de todas as oposições que se resolvem numa tensão criadora.
A missão de Gémeos é ter ideias e estimular intelectualmente os outros. Para poder cumpri-la, possui uma inteligência aguda e vivíssima, uma grande facilidade e rapidez de entendimento e uma enorme curiosidade. Gosta de conversar e gesticular para dar precisão às suas ideias. Os seus olhos são vivos, penetrantes e muito expressivos.
Tem uma sede insaciável de conhecimento, mas a sua abordagem intelectual limita a sua profundidade.
É muito sociável e comunicativo, Podemos dizer que é o nativo mais extrovertido do Zodíaco. É muito hábil e quer sempre fazer várias coisas ao mesmo tempo.
O seu potencial afectivo não está muito desenvolvido. Os Geminianos não confiam muito nos seus sentimentos nem nas suas sensações e impulsos instintivos.
Tampouco têm um lado místico notório, mas em compensação têm uma grande habilidade para entender, assimilar e renovar as criações e os descobrimentos dos outros. Adoram as mudanças até ao ponto em que acabam sendo inconstantes. As responsabilidades não lhes interessam muito.
O seu verbo é “eu duvido”. Não como expressão de desconfiança, que é característica dos capricornianos, mas como necessidade e resultado do seu inerente enfoque intelectual das coisas e da vida.
A sua frase integradora é: “eu dou profundidade ao meu conhecimento por meio da sabedoria e da concretização”.
No entanto, esta carta também é uma carta de romance, de encontros, de incertezas e escolhas românticas, podendo O Enamorado ser Vénus Afrodite, a deusa do amor, dos relacionamentos e da beleza. Vénus rege Touro, como vimos em relação à Imperatriz e também Balança o signo que representa o companheirismo e a ligação ao outro. Vénus em Balança simboliza romance e relacionamento e as suas palavras-chave são união, cooperação e companheirismo.
O Enamorado simboliza a encruzilhada dos caminhos, podendo reunir ou separar; representa a reunião ou o seu contrário, que é o antagonismo. Simboliza também o mundo transitório entre o espírito e a matéria, que nos reconduz à unidade através do amor.
O Enamorado tanto pode indicar um encontro sentimental, um novo idílio, como uma liberdade de escolha, uma tentação. Também poderá representar um teste, uma indecisão, uma incerteza, uma insatisfação, falta de maturidade, bem como o receio do fracasso perante a provação. Por vezes representa a infidelidade e a inconstância.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

O PAPA



O Papa ou o Hierofante, representa o poder espiritual. Reside aí a verdadeira sabedoria, já que ela transcende a matéria. Desta forma, a ordem e rigor da disciplina material de nada servem se não existir uma dimensão espiritual. Tal como a Papisa, é um iniciador. Conhece e comunica os segredos, enquanto ela espera que os outros os venham procurar junto de si. Por trás do Papa já não existe qualquer véu, porque nada há para ocultar. No entanto, a luva amarela, que confirma a origem celestial do seu poder, possui inscrita uma cruz templária, provando que ele se dirige a iniciados.
O Papa está vestido como a Papisa; o azul do seu vestuário espiritual, graças ao seu manto vermelho, projecta a sua sabedoria e o seu amor sobre aqueles que abençoa. A tiara, símbolo da espiritualidade e da autoridade supremas, bem como o seu ceptro, com três travessas horizontais, mostram que reina sobre três planos: físico, intelectual e divino.
Sentado entre duas colunas azuis, que marcam a passagem de um mundo para outro, capta as suas energias. Pela sua verticalidade, símbolo ascensional, a coluna confirma a elevação do homem na direcção de Deus. Ela está em relação com a Árvore da Vida, que contém o alfabeto e com a Árvore do Mundo, que liga a Terra ao Céu, representando o conhecimento que orienta a alma para a perfeição.
O Papa é um guia esclarecido que governa opondo as tendências dos homens umas às outras, a fim de as equilibrar na harmonia. É o Grande Sacerdote que, agindo sobre o mundo material, permanece espiritual, dedicando a sua energia a ajudar os outros. Revela-se bastante indulgente face às fraquezas humanas. Compreende tudo, porque atingiu uma idade em que as paixões apaziguadas lhe permitem manter-se lúcido. É um homem de piedade e de perdão.
Dirige-se às duas categorias de fiéis, representadas pelos dois neófitos ajoelhados perante o trono pontifical. O tamanho dos dois personagens que parecem seguir o seu ensinamento é anormalmente reduzido, o que permite evidenciar a grandeza majestosa do Papa, que concilia e adapta a ciência religiosa às necessidades dos crentes. Deste modo, torna as verdades acessíveis a todos e confere o ensinamento iniciático. O Papa distribui a sua bênção a estas personagens mas não as dirige.
O Papa simboliza a evolução moral e espiritual, a ordem, o controlo de si próprio, a vocação religiosa e científica, a benevolência, o verbo, a maturidade física, a experiência, a acção do poder espiritual sobre o temporal, a sabedoria, a bondade, a estabilidade das forças mentais, a capacidade de síntese, a piedade, a religião e a filosofia intuitiva.


O Papa associa-se ao número 5, número de Cristo, do Verbo e do Homem.
Associa-se à letra , a quinta do alfabeto hebraico, que nos diz que é pelo sopro divino que a vida é criada e se expressa. O sopro é o verbo que permite descobrir o nosso eu.
Astrologicamente, esta lâmina tem afinidade com o signo de Touro. Este signo é de terra e como tal, prático, utilitário e realista. Se Áries é a acção, Touro é a conservação e a luta para conservar o conquistado.
Seu verbo é “eu tenho” e a sua frase de crescimento é: “regozijo-me com as minhas realizações e estou aberto às surpresas e mudanças da vida”. A missão do taurino é harmonizar os factores opostos e facilitar a concórdia.
Este signo é governado por Vénus, é afectuoso e pacífico, mas quando não aguenta mais, explode com uma fúria insuspeita.
É sensual e apaixonado, embora às vezes se mostre tímido. Não gosta de especulação mental. O seu temperamento é forte, embora um pouco lento. É prudente e tenaz, paciente e acumulador. É perfeccionista e apegado aos seus hábitos; assim, facilmente fica escravo das suas rotinas. Adora a boa mesa e sente atracção por tudo o que é belo.
É tranquilo, não gosta de pressa, é reflexivo e com tendência à introversão.
No entanto, o Papa, também pode ser considerado Mercúrio, o mensageiro alado dos deuses e o planeta da linguagem e da comunicação.
Quando está bem localizado é como Mercúrio nos signos que rege: em Gémeos – habilidoso e especialista em discursos e em transmitir informação. Em Virgem – analítico, prudente e inteligente.
Quando está mal colocado, pode ser como Mercúrio nos signos em que se encontra em mau estado; exílio em Sagitário e queda em Peixes, onde existe um grande risco de tendência para dar sermões, para dizer trivialidades ou falar sem pensar.
Alguns significados da carta do Papa:
Sugere conselho sábio e consolação espiritual.
Pode representar um professor que tanto pode ser um instrutor, um guia espiritual ou filosófico. Esta lâmina pode corresponder a alguém real que preenche os requisitos necessários a este papel de guia, no entanto, não é normal que isso aconteça. É muito comum a carta referir-se a um conjunto de acontecimentos que servem para oferecer orientação moral.
Resumidamente o Papa representa a essência da convenção e os valores tradicionais.
Pode ser indicador de casamento.
Pode apontar para responsabilidades legais, contratos e documentos oficiais.
Esta carta também representa alguém que respeitamos e podemos confiar quanto a questões pessoais e alguém cujo conselho procuramos e seguimos activamente.
Pode acontecer que o consulente seja o próprio Papa, sendo-lhe pedido para que assuma o papel de conselheiro, ou que conduza uma situação pelo caminho mais correcto.
Mas, apesar de todos estes aspectos positivos, também pode representar os aspectos repressivos ou ideias e comportamentos rígidos demais.



quinta-feira, 5 de novembro de 2009

O IMPERADOR


O Imperador é representado pela letra hebraica Tzaddi, que significa “anzol”, correspondendo ao T e ao Z do alfabeto latino. É uma letra feminina, simples, violeta e o seu valor numérico é 90.
Em termos microcósmicos, é o poder da mente ao serviço do poder e do dinheiro. Representa o sistema, o status quo, o poder dos interesses materiais e o peso da matéria e as suas leis. No mundo actual, é o poder das multinacionais. O Imperador, olhando fixamente para um objectivo externo, frio e calculista, apesar de poder ser impulsivo na hora de expressar a sua raiva, bloqueia os seus sentimentos e espiritualidade para conjugar melhor as suas palavras de ordem: “Pensar em Trabalhar Para Produzir”.
A sua função psíquica, disse Jung, é o pensamento.
Em termos absolutos, o Imperador representa o Universo manifestado, material e sólido. É o Princípio Masculino material, das grandes multinacionais, do FMI, etc.
Está viciado no poder. É o líder nos assuntos materiais. A sua maneira de realizar não é fluida como a da Imperatriz; a sua rigidez exige tensão e o seu preço é o desgaste contínuo.
Representa o pai. A sua autoridade é uma generalização do poder paterno. É a autoridade e, como o pai na família tradicional, o poder executivo, legislativo e judicial.
O Mago e o Imperador têm uma abordagem fundamentalmente mental. Só que o Imperador concretiza no mundo físico e o Mago não. O Imperador produz e o Mago vende.
Sendo Tzaddi a primeira letra simples atribuída a um Arcano, será Áries, o primeiro signo do Zodíaco, o elemento astrológico que corresponde ao Imperador. Áries é um signo de Fogo, governa no corpo a cabeça e é representado por uma bigorna, símbolo de tenacidade, vontade e progresso.
A missão do Ariano é iniciar e para isso está dotado das seguintes qualidades: é entusiasta, impulsivo, de mente viva, dinâmico, ambicioso e empreendedor, directo, orgulhoso, egoísta, de paixões violentas e primitivas, conquistador, impaciente e quase sempre carece de perseverança para concluir o que começou. Adora mandar e odeia obedecer.
É leal, embora inconstante, e tem muita dificuldade para enquadrar-se num padrão ou norma. É optimista e tem muita confiança em si mesmo. Fica mais atraído pelas ideias revolucionárias que pelas conservadoras e, claro, entusiasma-se com tudo o que é novo.
Tem uma forte tendência a acidentar-se, ferir-se e queimar-se, especialmente na cabeça e no rosto e a sofrer de inflamações.
Governado por Marte, o verbo do Ariano é “Eu Sou”, e a frase que complementa os seus potenciais e dificuldades é: “Eu estou entusiasmado no princípio, meio e fim dos meus projectos e realizo-os com energia e suavidade”.
O Imperador pode representar o pai, as melhores qualidades do homem e o princípio masculino. No seu melhor, é uma pessoa sagaz, imparcial, equilibrada, alguém que se rege por fortes princípios e valores, especialmente em relação à família ou outros entes queridos e alguém que respeitamos enquanto modelo a seguir.
Quando o Imperador aparece numa leitura, significa normalmente a necessidade de triunfo da cabeça sobre o coração. É necessária lógica mais do que reacções emocionais ou intuitivas porque aquilo que deseja não é necessariamente aquilo que lhe faz falta. A objectividade, mais do que a subjectividade, dar-lhe-á uma perspectiva mais nítida e rigorosa.
Esta carta também pode indicar alguma tomada de posição difícil e a necessidade de resolver os seus problemas sozinho (a). Poderá haver algumas questões à sua volta a necessitarem da sua autoridade pessoal, numa situação ou num relacionamento.
Para uma mulher, quando o Imperador sai, pode representar uma figura patriarcal forte, por exemplo, numa relação pai/filha. No seu pior, esta carta pode descrever alguém inteligente mas demasiado convencional, de espírito forte mas inflexível, e inclinado a pregar ou a controlar. É difícil de atrair, especialmente no seio de uma relação, pois não é capaz de revelar a sua vulnerabilidade.
Não é necessariamente antipático de forma deliberada, mas é tão duro, determinado, disciplinado e autoconfiante que espera que os outros o sejam também. Em resultado, acaba com as suas emoções hermeticamente fechadas e nunca está errado. Foi ele que fez as regras e espera que todos as cumpram mesmo que ele não o faça.
Além de representar este estereótipo nas relações humanas, o Imperador também pode ser alguém numa posição de autoridade, como um patrão, um pai ou um sócio nos negócios. O nível de poder que esta pessoa detém e em que medida este é útil ou destrutivo, tem de ser determinado por outras cartas do lançamento.






sábado, 3 de outubro de 2009

A IMPERATRIZ



Daleth é a letra hebraica atribuída à Imperatriz. É feminina, azul, dupla e traduz-se como “porta” ou “útero”. No nosso alfabeto é o D. O seu valor numérico é o quatro e representa, simbolicamente, os seios femininos e tudo aquilo que é nutritivo e abundante.
Num nível mais abrangente, podemos dizer que a Imperatriz são as Forças da Vida, actuando e reproduzindo-se no Cosmo. Representa o Princípio Feminino Material, assim como a Papisa encarna o Princípio Feminino Espiritual.
Na natureza, representa as forças que vivificam, nutrem e favorecem o crescimento de todos os seres.
Simboliza a fecundidade em todos os planos e todas as riquezas do feminino.
Para Jung, este Arcano representa toda a função psíquica do sentimento.
A Papisa, unindo-se ao Mago, fez-se mãe, isto é, Imperatriz. Se a primeira é considerada encarnação do Feminino Virginal, a segunda é do Feminino Maternal. A virgindade da Papisa não deve ser entendida num sentido estritamente sexual, mas faz referência a que ela se conservou intacta e integra na sua atitude interiorizante.
A Imperatriz entregou-se ao mundo, a sua matriz desabrochou e os frutos do seu amor preencheram a terra.
Vénus é o planeta atribuído a esta carta, engendra as forças que nos levam à procura de prazer. Rege o amor, a sensualidade, a voluptuosidade, a alegria, a beleza, a doçura e os relacionamentos sentimentais. É o princípio da atracção entre os seres. Vénus emite ondas de simpatia que fazem com que as pessoas desejem estar juntas, ser agradáveis com os outros e amar-se.
Afrodite é a mais sedutoras das deusas, foi cultuada originalmente na Ásia, depois na Grécia, especialmente na Ilha de Citera. Nasceu nas águas marinhas fecundadas pelo sémen de Úrano, deus do Céu, quando seu filho Cronos lhe cortou os testículos. Da espuma surgiu Afrodite, que simboliza as forças irreprimíveis da fecundidade não em seus frutos, mas no desejo apaixonado que ascende entre os vivos.
Podemos ver em Vénus a antítese de Marte. Enquanto este governa a acção, a força, os impulsos instintivos e a agressividade, Vénus favorece a procura da tranquilidade, da paz e do prazer, o amor à vida fácil e o espírito idealista.
Diante do severo, frio e rígido Saturno, Vénus alimenta as tendências para a vida alegre, frívola e despreocupada.
O seu símbolo, que lembra o ankh, cruz ansata ou cruz da vida egípcia, casa perfeitamente com os dez sephiroth dispostas na Árvore da Vida, indicando que por meio do amor, sim, é possível atingir a experiência espiritual de Kether: a fusão com a Totalidade.
Sendo Vénus o planeta da harmonia, os seus efeitos sensibilizam-nos ante todas as manifestações da beleza e, claro, aumenta o nosso desejo de sermos bonitos e sedutores.
A Imperatriz pode indicar gravidez ou nascimento. Pode também significar a figura da mãe e as melhores qualidades femininas
A Imperatriz é mais do que mãe, é também amante. A sensualidade e a sexualidade fazem parte da sua riqueza. O símbolo de Vénus está no seu escudo em forma de coração que se encontra aos seus pés, um símbolo utilizado universalmente para representar a mulher assim como o de Marte para representar os homens. A Imperatriz está ligada a Vénus e a Afrodite, a deusa do amor e da beleza. Ela é a mulher amada – valorizada e estimada. Não tem nada a ver com relações casuais ou com aquelas que se baseiam na luxúria e não no amor. É uma mulher completa – quente, sensual, protectora e estável. É uma óptima carta para aparecer quando estamos a lidar com questões amorosas e conjugais, pois diz-nos que esta é a verdade – amor e sexualidade saudável e não entusiasmo, obsessão ou erro.




terça-feira, 25 de agosto de 2009

A PAPISA



A Papisa é a carta número 2 do Tarot. A Papisa tem também o nome de Sacerdotisa.
A Papisa encarna o Princípio Yin Universal, o feminino, receptivo e conservador do Universo. É o oposto complementar do Mago.
Ela está numa atitude de silêncio, contemplação, serenidade e observação interior. A sua atenção está direccionada para o mundo interior, está ligada com o seu íntimo, conhece o seu coração. Isso faz com que tenha acesso a toda a sabedoria. O seu conhecimento não é racional, dedutivo nem analítico, mas intuitivo e instintivo.
A Papisa é conhecida como a depositária da sabedoria oculta e em muitos baralhos aparece com o livro da Torá – Livro da Lei Hebraica formado pelos cinco livros do Antigo Testamento – semi-oculto por o seu manto. Empregará seus conhecimentos para aqueles que ela própria escolhe.
Não está querendo conhecer-se tal como o Ermitão, não está procurando nada. Assim, não está dividida entre o sujeito e o objecto da procura. Não existe futuro, não existe acção. Está total no seu não fazer.
Sentada, com os olhos fechados, deixando que tudo aconteça por si mesmo, em contacto com a sua essência, em profunda meditação, sem mente, sem projecções no futuro sem âncoras no passado, sem objectivos, num eterno presente, deleita-se com o seu próprio ser. Representa o Princípio Feminino Espiritual.
Para Jung, a Papisa está relacionada com a função psíquica da intuição.
Alguns autores baseiam-se nas qualidades da Lua, vêem neste Arcano um contínuo movimento de vaivém, augúrio de momentos favoráveis e desfavoráveis, atracções e repulsões alternando-se ritmicamente.
A Lua é o planeta atribuído a este Arcano. Podemos considerá-la como a antítese do Sol, que representa a plenitude e a consciência da vida, tudo o que brilha com luz própria. A Lua é símbolo da infância, das coisas ocultas, do inconsciente e da ilusão.
Está associada à ideia de mobilidade, flexibilidade e mudanças, em função da extrema rapidez com que percorre o Zodíaco.
Governa a fertilidade e o crescimento, tudo o que é cíclico e flutuante, o elemento Água, todos os seres aquáticos e os animais nocturnos.
Sua relação com a mulher é muito importante, estando intimamente ligada com o ciclo menstrual, o processo de gestação e o parto.
A Lua representa o povo e está ligada com o primordial, o atávico, os rituais e a magia. É a dona dos nossos sentimentos e emoções mais profundos. Rege a nossa imaginação, a nossa sensibilidade, a nossa capacidade de impressionarmos, os nossos sonhos e a nossa receptividade.
Junto com Mercúrio, governa a memória e com Marte, os nossos instintos.
Cria um forte apego ao passado, à mãe, ao lar e às actividades domésticas.
Como “feiticeira”, a Papisa é simbolizada por um grande crescente da Lua Nova aos seus pés. O seu poder pode ser usado construtivo ou destrutivamente e, se a Papisa é uma influência maligna ou benigna, é decidido pela sua posição no lançamento e pela natureza das cartas à sua volta.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

O MÁGICO



Antes de mais a esta carta encontra-se atribuído o algarismo 1, pelo que ela representa iniciativas, novas circunstâncias, novos começos e uma elevada esperança no futuro. O Mágico indica a sensação de propósito e o uso da força de vontade.
O facto de o Mágico ser a primeira figura a encontrar na nossa viagem através do Tarot, é profundamente estimulante, pois é uma carta rica em possibilidades.
Se observarmos a sua mesa, verificaremos que se encontra cada um dos quatro naipes – um Pau, um Pentagrama, uma Espada e uma Taça. Os quatro naipes do Tarot correspondem aos quatro elementos, Fogo, Terra, Ar e Água, que por sua vez simbolizam as quatro qualidades essenciais da vida – a nossa energia e iniciativa, o mundo material e os sentidos, o intelecto e as ideias e as nossas necessidades e reacções emocionais. Todos estão aqui representados, de modo que uma parte da finalidade do Mágico é dizer-nos que todos os recursos de que precisamos estão disponíveis. É só uma questão de os encontrar e reconhecer e aprender a utilizá-los de forma proveitosa.
O Mágico também tem associação com a astrologia: ele é representado por Mercúrio, o planeta que domina tudo o que está ligado às palavras escritas ou faladas e que é o regente de do signo de Gémeos, o comunicador do Zodíaco.
Este signo é versátil, habilidoso, espirituoso, inteligente e inventivo – todas as qualidades que o Mágico também possui.
Mercúrio rege também Virgem um signo de Terra, conhecido por ser trabalhador, analítico, preciso e meticuloso. Virgem pertence à 6ª Casa no Horóscopo, que controla o trabalho, os ofícios, as capacidades e a saúde. Mais uma vez a combinação de Mercúrio e de Virgem é uma analogia astrológica para o Mágico.










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