MARGARET THATCHER
No oitavo dos trabalhos de
Hércules, o herói precisa encontrar e destruir a Hidra, um monstro de nove
cabeças que vive numa caverna, no fundo de um pântano sombrio. Ao princípio,
ele tenta matar a fera enquanto esta se encontra na água, mas cada vez que lhe
corta uma cabeça, aparecem outras três em seu lugar. Finalmente, Hércules
lembra-se do conselho do seu mestre e corta todas as cabeças, mas aparece uma
décima, em forma de uma joia preciosa que o herói enterra debaixo de uma rocha.
A história relaciona-se
estreitamente com a dinâmica de Escorpião no Ascendente. Numa forma ou noutra,
aqueles que têm Escorpião em Ascendente devem enfrentar e lutar contra o que é
obscuro, tabu, oculto ou destrutivo. Alguns verão a fera externamente e lutarão
com o que há de obscuro e perverso. O Dr. Tomas Dooley, dedicado
humanitariamente a eliminar o sofrimento do mundo, tinha Escorpião como
Ascendente e o seu regente, Plutão, na Casa 8. Para outros, a Hidra esconde-se nas
profundezas da sua própria psique, simbolizando emoções tão destrutivas como os
ciúmes, inveja, ganância, luxúria ou impulsos excessivos de poder. Sigmund
Freud, Sol em Touro com Ascendente em Escorpião, descobriu na Hidra dele, o
lado cru, primitivo e instintivo da nossa natureza.
Hércules conseguiu matar a
Hidra tirando-a do pântano e elevando-a no ar. Do mesmo modo, Esccorpião em
ascensão deve trazer à luz da consciência o que é escuro e está oculto no
interior. Reprimida, a energia de Escorpião ferve em forma subterrânea,
envenenando a psique e gerando um fedor que contamina a atmosfera entre as
pessoas. No entanto, se toda a força de tais emoções for libertada sem que
tenha havido um trabalho prévio de regeneração, é provável que o seu poder
destrutivo seja demasiado para suportá-lo.
Existe uma terceira
alternativa. Em vez de reprimir os aspetos de Escorpião que se encontram na sua
natureza, ou de agir sem restrições, é possível reconhecer os sentimentos que
estão em jogo para depois transformá-los ou voltar a canalizá-los de uma
maneira mais construtiva. Como a joia que aparece quando a Hidra é morta, os
complexos negativos podem ser transformados em algo precioso. Muitos artistas
produziram os seus melhores trabalhos ao redirecionar a paixão, a cólera ou a
inveja por canais criativos. Goethe, o grande escritor alemão, tinha Escorpião
no Ascendente.
A cobra livra-se da sua pele
quando o crescimento e a pressão interna que carrega consigo fazem que se torne
demasiado estreita. A natureza vulcânica de Escorpião acumula pressão
interiormente até que se produz uma explosão, libertação e renovação. Por
escolha ou por coerção, este Signo no Ascendente apaga e faz desaparecer formas
e estruturas antigas, para que seja possível construir outras novas. Gandhi, Lenine,
Mussolini, Stalin e Margaret Thatcher, nasceram todos com este Ascendente.
Escorpião em Ascendente conota
uma profundidade que obriga a quem tem tal posicionamento na sua Carta Natal a
abrir caminho escavando até às raizes de um problema, em busca dos significados
e motivações subjacentes. Nada é levado à letra. Como a mulher de Barba Azul,
estas pessoas são capazes de abrir portas que é melhor deixar fechadas.
Escorpião no Ascendente atrai
para si Touro no Descendente. Ali onde Escorpião se vê forçado a desafiar,
atacar, destruir e mudar, Touro é paciente, estável, realista e conservador.
Touro reúne as condições para suportar um ataque cada vez mais furioso de
Escorpião e depois avisa-o com calma. Aqueles que têm Ascendente Escorpião
necessitam cultivar estas qualidades taurinas no relacionamento, com o fim de
contrabalançar os excessos turbulentos e extremos das intensas paixões que os
agitam.
A característica mais obvia do
Ascendente Escorpião assume a forma de uns olhos intensos e penetrantes de
expressão inequivocamente perscrutadora.
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