Na
antiguidade, o Sol, fonte de luz e calor, rei do dia, simbolizava a
masculinidade. A Lua, pelo contrário, noturna, mutável, simbolizava os grandes
princípios femininos: fecundidade, criatividade, inconsciência, fantasia,
inconstância… Nela há uma só constante: o seu caráter inexplicável.
Quer
sejamos homem ou mulher, a Lua representa a nossa parte feminina. Reúne todas
as sensações e os impulsos que acumulámos desde a nossa vida intrauterina.
Paradoxalmente, a Lua, vulnerável e emotiva, é também a mãe, a que nos protege
e nos dá segurança. Ela molda a criança, ajuda-a a crescer, modela o teu
futuro. Deste modo influi em toda a nossa vida, particularmente no campo das
emoções. Delimita as nossas necessidades afetivas e estilo de vida que mais nos
convém.
O papel e a influência da Lua no
comportamento humano não deixa de ter analogia com o mundo id: isto é, um
conjunto de forças desconhecidas, não manejáveis, que se expressam por vezes mediante
fórmulas como: "se me escapo", "é mais forte do que eu".
Freud definia o id como uma reserva de pulsões, as quais constituem antes de
tudo o aparato psíquico. Em parte são hereditárias, inatas, mas também
reprimidas e adquiridas pelo bebé.
Mas voltemos à astrologia. Sabemos que a Lua
leva 28 dias a percorrer o Zodíaco. A influência dos seus trânsitos exerce-se
num curto período; entre 24 a 48 horas. Em mais ou menos um mês terá percorrido
as 12 casas da nossa carta natal e transitado pelos nossos 9 planetas. Em cada
ocasião servirá como todos os planetas rápidos, a Lua influência a nossa vida
diária. O mau-humor ao acordar pode dever-se por exemplo: à passagem da Lua por
Saturno ou pela casa 12. Mas a intensidade destas reações passageiras varia, é claro,
segundo a posição da nossa Lua Natal. É certo que uma Lua sob a influência de
Júpiter ou Vénus atenuará a sensação de mal-estar inerente ao trânsito por
Saturno.
Todos os meses a Lua retornará à nossa Lua
Natal e reatualizará alguns dos seus aspetos. Através destas repetições,
podemos aprender a dominar as nossas emoções e a superá-las. Ela indica-nos de
modo subtil, sem palavras, as nossas debilidades, os nossos temores e os nossos
limites.
Através da sua Lua Natal as mulheres poderão
analisar a sua própria feminilidade e a sua maternidade. Os homens, por outro
lado, descobrirão o seu lado feminino,
assim como o tipo de mulher que devem procurar.
Durante os seus trânsitos, a Lua
recordar-nos-á a nossa relação com a nossa mãe e as sensações, alegres ou
angustiantes, da nossa infância. Não
esqueçamos, a Lua representa a parte mais íntima, primária e
inconsciente. É a própria emoção e é por isso que, muitas vezes, isso se traduz
em frustração.
Sendo maleável, a Lua deixar-se-á influenciar pelas qualidades dos
planetas pelos quais transitará. Ao simbolizar a versatilidade dos nossos
estados de ânimo, às vezes nos fará alegres, às vezes amargurados, confiantes
ou deprimidos. Será a causa do nosso bom ou mau humor.
Finalmente, não esqueçamos que ela governa
tudo o que diz respeito à casa no sentido mais amplo, desde o conforto interior
até à harmonia que reina no nosso lar. Em poucas palavras, é ela que constrói o
nosso ninho.
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