Na mitologia o Sol simboliza a fonte
constante de luz, calor e energia vital. Na Índia, por exemplo, é a estrela que
dá a vida, mas logo se desinteressa da sua descendência. A Lua, por sua vez,
preside aos nascimentos mas continua sendo uma mãe carinhosa. Em geral, não se
pode compreender o Sol sem ter em conta a Lua.
O Sol, centro da nossa carta astral, é como
uma criança. Crescerá e amadurecerá através das nossas distintas experiências
que serão analisadas e compreendidas pelos trânsitos.
Podemos observar alguma correspondência entre
o estudo dos planetas e os conceitos da psicanálise. Cada ser funciona de
diferentes maneiras: o subconsciente, que não está ao alcance imediato da nossa
mente mas ao qual se pode aceder trabalhando sobre si mesmo; o consciente -o
eu- simbolizado pelo Sol, ou seja, o nosso pensamento consciente, e o
inconsciente, simbolizado por Plutão, instância constituída por conteúdos
reprimidos; o superego, simbolizado por Saturno, juiz e sensor do eu, constituído
pela nossa educação, as leis morais e sociais e o nosso sentimento de culpa.
Para se sentir melhor, convém encontrar um equilíbrio entre estas diferentes
instâncias.
O Sol simboliza em astrologia o mundo do eu e
em negativo, o superego. É, pois, um mediador repleto de vínculos entre os
processos psíquicos. Simplificando, pode-se dizer que serve de árbitro entre
ele e o eu. (Sobre os outros planetas esquematicamente: Saturno está também em
relação com o eu, o superego e o ideal do eu; a Lua, Vénus e Neptuno, planetas
relativamente mais passivos com ele; Marte e Plutão com um selo mais ativo, o
instinto). Em resumo, o Sol corresponde à imagem que temos de nós mesmos, a que
desejamos ter, ao ideal de um eu modelo ao qual tentamos aproximar-nos. Constitui
também o substituto do narcisismo perdido de nossa infância. Representa a
imagem do pai, com a qual nos podemos identificar com mais ou menos sucesso.
O Sol dá-nos o impulso para ser e criar.
Simboliza a vontade. Pelo lado positivo, pode-nos dotar de uma mente brilhante.
Negativamente, podemos ter uma tendência excessiva para nos destacar dos outros
e tornar-nos demasiado exigentes. Permite-nos somente o acesso ao que pode ser
satisfeito sem que origine consequências prejudiciais.
O Sol leva 365 dias a dar a volta ao Zodíaco.
Ou seja, durante um ano, permanece um
mês em cada uma das 12 casas da nossa Carta Astral e passa por todos os
planetas e pontos da mesma. No curso destes trânsitos, assinalará e destacará
as suas características. Os seus efeitos por Conjunção são os mais
determinantes.
Tomemos um exemplo: Saturno transita por
Vénus Natal. Este trânsito gera um ambiente um pouco difícil no plano afetivo.
Faz pensar que estamos ganhado maturidade no que se refere aos nossos
sentimentos. A passagem do Sol por Saturno e Vénus, reatualizará essa sensação.
A partir desse momento desenvolveremos uma consciência mais aguda do problema e
seremos capazes de integrá-lo e compreendê-lo.
Devemos observar a trajetória do Sol, como
também a dos outros planetas, tendo em conta o estado geral do céu. Convém
saber igualmente, que o trânsito do Sol é repetitivo e relativamente secundário
(salvo em conjunção sobre um planeta natal ou sobre um trânsito de planeta
pesado).
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