O planeta Júpiter está associado com o deus
romano do mesmo nome, e com o deus grego Zeus.
Na mitologia grega, Zeus era o majestoso deus
dos céus, que governava o espaço imenso e sem limites. Residente no éter
imaterial do ar e por cima das montanhas, Zeus foi considerado omnisciente, era
o deus que sabia e via tudo. A partir da sua elevada perspetiva contemplava a
vida sobre a Terra e distribuía o bem tanto como o mal, embora a imagem que se tinha
dele fosse bastante compassiva e benévola.
Os seus passeios diários incluíam a proteção
dos fracos e inocentes, o castigo dos ímpios, sobre os quais, para seu próprio
bem, libertava a força do raio, a prevenção de qualquer catástrofe que poderia
muito bem acontecer na Terra como no Céu, e as escaramuças com Hera, sua esposa
ciumenta, por quem ele se sentia extremamente limitado.
Não se sabe como, também arranjava espaço na
sua já ocupada agenda para uma quantidade extraordinária de aventuras extraconjugais.
Atuando segundo a inspiração do momento e com um entusiasmo comparável a 6000
unidades de vitamina E por dia, perseguia incansavelmente diversas deusas mortais,
sem desdenhar, ocasionalmente algum efebo imberbe.
Embora nem sempre bem sucedido, no entanto,
parecia ter grande prazer em perseguir os seus objetivos em constante mudança,
transformando-se um dia em touro, no seguinte em cisne e no outro em chuva de
ouro. Como consumado ator que era, encantavam-no essas mudanças de papel e
deste modo o resultado de tantas escapadelas, eram numerosas crianças que Zeus
deixava a cargo de outros o cuidado de criá-los e educá-los.
A questão agora é, como meteremos à pressão
tudo isto, e mais ainda, numa só Casa, seja a que for. Desnecessário é dizer
que aquela Casa que na Carta Natal contenha Júpiter é um setor da vida onde
necessitamos de muitíssimo espaço para crescer e explorar. É ali onde não
estamos contentes com o que é rotina ou monotonia, embora em mudança é onde nos
sentimos compelidos a uma experiência de vida mais ampla e completa.
Independentemente de que Hera esteja ali para
nos colocar limites, não somos necessariamente infelizes com o que já temos
neste domínio, mas queremos sempre mais e parece que sempre haverá lugar para
seguir adiante.
A Júpiter, em última instância, sempre o
interessa mais o que pode haver ao virar da esquina do que a realidade que tem
na mão. Como se pode imaginar, os problemas da Casa de Júpiter provêm
geralmente do que nos arriscamos em excesso nessa área.
Onde quer que Júpiter se encontre na Carta,
nunca saberemos o que é suficiente até que saibamos que é mais que suficiente.
Além disso, como sempre contemplava a vida de tão alto, Júpiter não costumava
examinar as coisas com a minuciosidade que era devida.
Se há aspetos difíceis, a posição de Júpiter
numa Casa, poderá indicar em que setor empreendemos a ação baseando-nos em
perspetivas ou em julgamentos errados, geralmente como resultado de ser
exageradamente otimistas ou demasiado entusiastas com o que é possível.
E, assim como o deus promíscuo, é também a
esfera da vida onde podemos semear múltiplas sementes criativas, mas nem sempre
ficamos nas proximidades para vigiar o seu crescimento.
Damos começo a algo mas, antes de nos termos
dado conta, há outra coisa mais que nos chama a atenção. Não devemos esquecer o
importante papel de Júpiter como guardião da lei e da religião, e como nobre
protetor do povo. A multidão dirigia-lhe as suas orações pedindo-lhe ajuda,
orientação, inspiração, benevolência e preservação.
A sua presença numa Casa faz com que nesse
domínio da vida nos sintamos esperançados, positivos e corajosos, como se
estando ele ali, nos faz sentir encantados e protegidos.
E se estamos movidos por sentimentos tão
positivos e por tão boas vibrações, não é de estranhar que, em geral, nos
espera o êxito na esfera ocupada por Júpiter.
Existe, no entanto, o perigo de que por vezes
possamos sentir-nos atraiçoados se acontece que aquilo pelo qual nos entusiasmámos
não resulta tão maravilhoso como esperávamos. Contudo, quando algo ou alguém
nos dececione na Casa de Júpiter, logo ele se encarregará de nos fazer cair de
pé, como os gatos.
O planeta Júpiter representa a capacidade da
simbolização da psique, e normalmente atribuímos grande significado à
experiência e aos acontecimentos da Casa onde este se encontra. Se bem que isto
pode dar origem a histrionismos é também através da Casa de Júpiter como temos
vislumbres de uma dimensão maior no desenho, ordem ou significado da vida.
No seu domínio, vamos em busca das regras e
leis superiores sobre as quais pode basear-se a existência e pelas quais é
possível guiar-nos. Conscientemente ou não, é o local onde procuramos a Deus,
ou onde procuramos encontrar, dentro desse âmbito da experiência, "A
VERDADE", assim com letras maiúsculas.
Júpiter era adorado como o grande preservador
da vida e o que liberta de batalhas e pragas. Ás vezes, é possível, que a nossa própria sobrevivência dependa da
nossa capacidade de dar algum tipo de significado simbólico a um acontecimento,
ou de perceber qual é o seu significado dentro duma perspetiva mais ampla.
O psicólogo humanista Viktor Frankl confirmou
à sua própria custa esta função de Júpiter, com base na sua vivência num campo
de concentração: enquanto estava preso em Auschwitz, Frankl observou que
aqueles que podiam conceder algum tipo de significado para a agonia que estavam
suportando eram os que tinham mais probabilidades de sobreviver.
Por mais que os aspetos de Júpiter possam
desfigurar a claridade ou o espírito razoável com que vemos a
"verdade", os assuntos da Casa onde se encontra este planeta
oferecem-nos a crença em algo maior, a esperança de algo melhor e o sentimento
de que a vida não é uma mera coleção de acontecimentos aleatórios, mas que tem
um significado e uma intenção.
Quando a nossa fé na vida começa a vacilar,
se olharmos para o domínio de Júpiter, poderemos recuperar a inspiração para
seguirmos em frente. Júpiter exercerá a sua influência sobre qualquer Casa onde
esteja Sagitário. Da mesma forma, o efeito de Sagitário sobre uma Casa,
participa em grande medida do significado de Júpiter numa Casa.
Nos textos mais antigos atribuía-se a Júpiter
o papel de co-regente de Peixes, com Neptuno. Por conseguinte, Júpiter pode ter
influxo sobre qualquer Casa onde esteja Peixes.
Pessoalmente, penso que Neptuno se sai muito
bem como único regente de Peixes, sem a ajuda de Júpiter.
Também concordo no quesito Netuno = Peixes.
ResponderEliminar