sábado, 22 de agosto de 2015

JÚPITER NATAL NAS CASAS


O planeta Júpiter está associado com o deus romano do mesmo nome, e com o deus grego Zeus.
Na mitologia grega, Zeus era o majestoso deus dos céus, que governava o espaço imenso e sem limites. Residente no éter imaterial do ar e por cima das montanhas, Zeus foi considerado omnisciente, era o deus que sabia e via tudo. A partir da sua elevada perspetiva contemplava a vida sobre a Terra e distribuía o bem tanto como o mal, embora a imagem que se tinha dele fosse bastante compassiva e benévola.
Os seus passeios diários incluíam a proteção dos fracos e inocentes, o castigo dos ímpios, sobre os quais, para seu próprio bem, libertava a força do raio, a prevenção de qualquer catástrofe que poderia muito bem acontecer na Terra como no Céu, e as escaramuças com Hera, sua esposa ciumenta, por quem ele se sentia extremamente limitado.
Não se sabe como, também arranjava espaço na sua já ocupada agenda para uma quantidade extraordinária de aventuras extraconjugais. Atuando segundo a inspiração do momento e com um entusiasmo comparável a 6000 unidades de vitamina E por dia, perseguia incansavelmente diversas deusas mortais, sem desdenhar, ocasionalmente algum efebo imberbe.
Embora nem sempre bem sucedido, no entanto, parecia ter grande prazer em perseguir os seus objetivos em constante mudança, transformando-se um dia em touro, no seguinte em cisne e no outro em chuva de ouro. Como consumado ator que era, encantavam-no essas mudanças de papel e deste modo o resultado de tantas escapadelas, eram numerosas crianças que Zeus deixava a cargo de outros o cuidado de criá-los e educá-los.
A questão agora é, como meteremos à pressão tudo isto, e mais ainda, numa só Casa, seja a que for. Desnecessário é dizer que aquela Casa que na Carta Natal contenha Júpiter é um setor da vida onde necessitamos de muitíssimo espaço para crescer e explorar. É ali onde não estamos contentes com o que é rotina ou monotonia, embora em mudança é onde nos sentimos compelidos a uma experiência de vida mais ampla e completa.
Independentemente de que Hera esteja ali para nos colocar limites, não somos necessariamente infelizes com o que já temos neste domínio, mas queremos sempre mais e parece que sempre haverá lugar para seguir adiante.
A Júpiter, em última instância, sempre o interessa mais o que pode haver ao virar da esquina do que a realidade que tem na mão. Como se pode imaginar, os problemas da Casa de Júpiter provêm geralmente do que nos arriscamos em excesso nessa área.
Onde quer que Júpiter se encontre na Carta, nunca saberemos o que é suficiente até que saibamos que é mais que suficiente. Além disso, como sempre contemplava a vida de tão alto, Júpiter não costumava examinar as coisas com a minuciosidade que era devida.
Se há aspetos difíceis, a posição de Júpiter numa Casa, poderá indicar em que setor empreendemos a ação baseando-nos em perspetivas ou em julgamentos errados, geralmente como resultado de ser exageradamente otimistas ou demasiado entusiastas com o que é possível.
E, assim como o deus promíscuo, é também a esfera da vida onde podemos semear múltiplas sementes criativas, mas nem sempre ficamos nas proximidades para vigiar o seu crescimento.
Damos começo a algo mas, antes de nos termos dado conta, há outra coisa mais que nos chama a atenção. Não devemos esquecer o importante papel de Júpiter como guardião da lei e da religião, e como nobre protetor do povo. A multidão dirigia-lhe as suas orações pedindo-lhe ajuda, orientação, inspiração, benevolência e preservação.
A sua presença numa Casa faz com que nesse domínio da vida nos sintamos esperançados, positivos e corajosos, como se estando ele ali, nos faz sentir encantados e protegidos.
E se estamos movidos por sentimentos tão positivos e por tão boas vibrações, não é de estranhar que, em geral, nos espera o êxito na esfera ocupada por Júpiter.
Existe, no entanto, o perigo de que por vezes possamos sentir-nos atraiçoados se acontece que aquilo pelo qual nos entusiasmámos não resulta tão maravilhoso como esperávamos. Contudo, quando algo ou alguém nos dececione na Casa de Júpiter, logo ele se encarregará de nos fazer cair de pé, como os gatos.
O planeta Júpiter representa a capacidade da simbolização da psique, e normalmente atribuímos grande significado à experiência e aos acontecimentos da Casa onde este se encontra. Se bem que isto pode dar origem a histrionismos é também através da Casa de Júpiter como temos vislumbres de uma dimensão maior no desenho, ordem ou significado da vida.
No seu domínio, vamos em busca das regras e leis superiores sobre as quais pode basear-se a existência e pelas quais é possível guiar-nos. Conscientemente ou não, é o local onde procuramos a Deus, ou onde procuramos encontrar, dentro desse âmbito da experiência, "A VERDADE", assim com letras maiúsculas.
Júpiter era adorado como o grande preservador da vida e o que liberta de batalhas e pragas. Ás vezes, é possível,  que a nossa própria sobrevivência dependa da nossa capacidade de dar algum tipo de significado simbólico a um acontecimento, ou de perceber qual é o seu significado dentro duma perspetiva mais ampla.
O psicólogo humanista Viktor Frankl confirmou à sua própria custa esta função de Júpiter, com base na sua vivência num campo de concentração: enquanto estava preso em Auschwitz, Frankl observou que aqueles que podiam conceder algum tipo de significado para a agonia que estavam suportando eram os que tinham mais probabilidades de sobreviver.
Por mais que os aspetos de Júpiter possam desfigurar a claridade ou o espírito razoável com que vemos a "verdade", os assuntos da Casa onde se encontra este planeta oferecem-nos a crença em algo maior, a esperança de algo melhor e o sentimento de que a vida não é uma mera coleção de acontecimentos aleatórios, mas que tem um significado e uma intenção.
Quando a nossa fé na vida começa a vacilar, se olharmos para o domínio de Júpiter, poderemos recuperar a inspiração para seguirmos em frente. Júpiter exercerá a sua influência sobre qualquer Casa onde esteja Sagitário. Da mesma forma, o efeito de Sagitário sobre uma Casa, participa em grande medida do significado de Júpiter numa Casa.
Nos textos mais antigos atribuía-se a Júpiter o papel de co-regente de Peixes, com Neptuno. Por conseguinte, Júpiter pode ter influxo sobre qualquer Casa onde esteja Peixes.
Pessoalmente, penso que Neptuno se sai muito bem como único regente de Peixes, sem a ajuda de Júpiter.



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