Dane Rudhyar diz que Úrano na Casa 4 “sinaliza a possibilidade de nos vermos desenraizados”.
Seja por escolha pessoal ou por circunstâncias externas inevitáveis, aqueles que nascem com Úrano na 4ª Casa não estão feitos para viver atados por a unidade tradicional da família biológica.
É provável que se sintam alheios, estranhos ou exilados em relação à sua família de origem, ou que por alguma razão a vida familiar tenha sido perturbada durante os primeiros anos da sua vida e a família se tenha dispersado.
Este posicionamento de Úrano traz consigo a necessidade de descobrir onde alguém realmente pertence, pois parece que as raízes familiares ou raciais não oferecem esse tipo de segurança a essas pessoas.
São pessoas que, com frequência muito inquietas, precisam do espaço e a liberdade necessários para procurar o seu verdadeiro lar ou família. Com medo de perder alternativas, às vezes mostram-se relutantes em criar a menor raiz: poderá haver um lugar melhor ou mais apropriado ao virar da esquina.
Nalguns casos, parece que essas perturbações foram atraídas de fora pelo destino, e algo acontece ao nativo que exige uma mudança ou outra forma de desenraizamento.
Ou então tudo dá a impressão de um lar perfeitamente seguro, até que alguma progressão ou trânsito “mobiliza” Úrano na Casa 4 e de repente, como uma bomba, o nativo faz as malas e desaparece, ou a família se desfaz, ou de alguma outra forma, muda.
Este posicionamento também pode corresponder a uma vida doméstica pouco comum. É possível que o lar seja utilizado como ponto de encontro de grupos ou organizações onde se trocam ideias diversas. São nativos que podem viver numa comunidade utópica ou empreender um plano de alojamento desusado e baseado em algo pouco comum.
O pai (ou mãe) pode ser portador de algumas das características de Úrano. Talvez tenha sido, de alguma forma, pouco convencional ou excêntrico, ou simplesmente tenha passado a vida aparecendo e desaparecendo no cenário doméstico. Talvez se tenha sentido prisioneiro da sua condição de pai. Às vezes ele está fisicamente presente, mas nem por isso deixa de ser uma incógnita com quem é difícil estabelecer uma ligação emocional intensa.
Nalgumas ocasiões, vi Úrano na Casa 4 nos mapas de pessoas que, à medida que cresciam, testemunharam o colapso mental dos seus pais. Num sentido mais positivo, ele pode ser um pai altamente original e inventivo, de pensamento livre e afetuoso, sem ser sufocante.
Embora isto possa não ser revelado até tarde na vida, aqueles com Úrano na 4ª Casa são muitas vezes profundamente pouco convencionais. Nalguns casos, eles podem viver até aos quarenta anos e depois mudar radicalmente o seu estilo de vida quando Úrano se opõe ao seu lugar Natal.
À medida que envelhecem, nestas pessoas pode aflorar um interesse pela metafísica e pelos sistemas políticos e filosóficos.
Úrano na Casa 4 é semelhante a Aquário no IC ou Casa 4. São seres que precisam encontrar uma identidade baseada em algo mais do que a mera unidade da família pessoal. Nalguma etapa da vida, provavelmente desejarão participar de uma atividade que beneficie ou ajude a progredir a família humana.
Viverá muitas mudanças de residência e alguns altos e baixos na sua vida familiar. A sua mãe tem uma personalidade muito particular e é muito original e independente com as suas ideias. Em geral, você tem um histórico familiar incomum, tendo passado por irregularidades na infância, separado de um dos pais ou vivido sob alguma circunstância incomum. Não optou por ter uma vida estável e fixa no mesmo local, por isso serão frequentes as mudanças de endereço, trabalho, companheiro, amigos, etc. Quando adulto, sempre mostrará um grande interesse pela Astrologia e pelas ciências ocultas.
A sua infância ou o relacionamento com os seus pais foi de alguma forma desordenado ou instável, e talvez você nunca tenha sentido um chão firme sob os seus pés. Um deles pode ter sido uma influência incomum, excêntrica ou inconstante na sua vida. Mudanças abruptas nas relações familiares podem tê-lo feito sentir-se inseguro, mas pelo lado positivo, teve mais liberdade e menos pressão para obedecer às circunstâncias convencionais, permitindo-lhe ser mais individual e menos limitado por ideias restritivas de como alguém “deveria” comportar-se, sentir ou viver.
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